Descrizione
Conta o enólogo João Silva e Sousa que gastou as botas “à procura das vinhas antigas do Douro”. Estava na vindima de 2017, tinha acabado de montar uma adega em Penacova e contactava produtores de uvas do Douro Superior e do Cima-Corgo, que conhecia de outras andanças, para lançar o seu primeiro vinho a solo. Punha quase 30 anos de experiência ao serviço do seu novo projeto, que nesse ano daria este resultado: três mil garrafas de branco e oito mil de tinto Bota Velha Vinhas Antigas; cerca de dez mil garrafas de branco e 25 mil de tinto de Bota Velha Colheita.
Estes vinhos são novidades no mercado. Licenciado em Engenharia Agroindustrial, João Silva e Sousa iniciou a atividade profissional como enólogo da Forrester, em 1990. Depois, entre outros cargos, foi responsável pela Área Operacional Agrícola da Sogrape, consultor de várias empresas produtoras de vinhos, sócio-gerente de duas e, finalmente, enólogo e produtor do Bota Velha. A atividade desenvolvida na Sogrape levou-o a conhecer produtores e vinhas do Douro, que revisitou em 2017, à procura de uvas para uma nova aventura: fazer o seu vinho.
Andou no sobe e desce dos vinhedos do Douro e gastou botas – deliberadamente velhas, porque sabia da rudeza do terreno – à procura de vinhas antigas e dos donos, seus conhecidos. Nesse ano, que foi de calor e de seca, viu “o que as vinhas novas sofreram e o que as vinhas velhas resistiram”, tornando irreversível a sua aposta nas antigas. Depois, na adega, foi um desafio identificar as castas, algumas das quais já ninguém planta, mas, em contrapartida, provar mosto ainda por fermentar e ver como se apresenta “rosado, fruta intensa, doce, denso, boa acidez, bom corpo, 14% de álcool provável, equilíbrio”, a prometer grande vinho. E nasceu assim o Bota Velha.