Descrição
Desde a primeira uva…
Nas encostas escarpadas e íngremes do Douro, pela bênção do sol e pela arte do homem, a videira produz um néctar digno da mesa dos deuses.
A fama arqueológica do Douro é anterior à vinhateira. De facto, passaram por esta região povos que descobriram a riqueza do subsolo. Estes exploraram ouro e estanho, que não só eram abundantes, como podiam ser extraídos por meios rudimentares usados nos tempos pré-históricos.
Do estanho ao vinho foi um passo. E é na margem esquerda do rio Pinhão, reconhecidamente ancestral, que se localiza a “Quinta do Estanho“, conhecida pelo nome do mineral que aí proliferava. Depois da exploração do subsolo, passa-se ao cultivo da vinha.
Uma edição especial de vinhos da Quinta do Estanho tem um carácter muito particular. Filhos e netos de Jaime Acácio Queiroz Cardoso pretendem, desta maneira, prestar homenagem a quem, de certo modo, fundou a Quinta do Estanho, na sua nova vida. Já era conhecida no século XVIII, em tempos das demarcações pombalinas, como produzindo vinho de Feitoria.
Já esteve também, no século XIX, em mãos da família. Quando Jaime Cardoso regressou do Brasil, nos anos 1980, depois de uma longa estadia naquele país, já tinha tomado a decisão de adquirir novamente a quinta e de dirigir um projecto de renovação e desenvolvimento dos vinhos do Douro e do Porto. Assim fez. Gradualmente, com firmeza, foi construindo e consolidando. A quinta começou a produzir vinhos para os grandes comerciantes estabelecidos e conceituados. Cresceu depois como “Produtor engarrafador”, logo que as leis autorizaram esse estatuto. Transformou-se finalmente em “Comerciante”. É esse percurso de tenacidade e de permanente ligação essencial ao Douro que os seus descendentes pretendem homenagear com esta edição de vinhos especiais e com a vontade de assim contribuir para obras ou instituições de solidariedade e de humanidade. Optimista, determinado, fez todos os seus esforços na Quinta, ele que tinha a certeza de que não há grande quinta sem uma família unida. Como Pai, marido e avô, dedicou-se aos seus filhos e netos, ele que sabia que era esse o porto mais seguro. E nunca deixou de pensar no Douro, donde partiu e aonde voltou, com a sua convicção de que pertencer a uma terra, ter um sítio e voltar sempre a um local, mesmo com aventuras e viagens de permeio, são traços de identidade e de carácter. Sua mulher, Leonor; seus filhos Carlos, Sandra, Ana Lúcia, Fernando e Sara; e seus netos Afonso e Maria Inês, querem assim recordar a memória daquele que esteve no princípio de tudo, desta família e desta quinta.